sábado, 20 de novembro de 2010

Duas notinhas apenas


1. Que sirva de exemplo

Nuno Cardoso, ex-presidente da Câmara do Porto, absolvido no caso do Plano de Pormenor das Antas, quer agora saber os negócios que "anda a fazer" Rui Rio, seu sucessor na autarquia portuense. À saída dos Juízos Criminais do Porto, o ex-autarca mostrou-se magoado e indignado pelos 10 anos em que a sua honra foi posta em causa, acusando ainda Rui Rio de gerir a Câmara do Porto como um mero contabilista.
De facto, Rui Rio abraçou os seus mandatos sempre de forma belicista e contundente, começando desde logo com o famigerado Plano de Pormenor das Antas (PPA). Seguiu-se outra guerra, desta feita a propósito dos terrenos do Parque da Cidade e da possibilidade de construção na frente urbana da Avenida da Boavista. Sucederam-se outros mais processos numa extensa lista em que Rui Rio foi saindo perdedor e, com ele, a própria cidade do Porto.
Em lugar duma atitude positiva e pró-activa, agarrando o futuro com determinação, Rui Rio optou por olhar sistematicamente para o passado, negando e renegando acordos, protocolos e tudo o mais que vinha do tempo do seu antecessor. Foi assim que deixou cair a proposta para a construção duma ponte pedonal entre Porto e Gaia, o mesmo em relação ao teleférico que ligaria as duas margens do Douro, num acordo celebrado à época entre Nuno Cardoso e Menezes. O teleférico, esse, acabou agora de ser construído e será brevemente inaugurado, mas apenas do lado de Gaia.
Assim, destes já longos anos que leva à frente dos destinos da Invicta, Rui Rio ficará conhecido pelas “obras” que não deixou construir, pelos acordos que rompeu, pelas casas e bairros que mandou demolir, pelo desprezo em relação à maior Instituição da cidade ou, tão-só, pelas pelejas que protagonizou em torno do Plano de Pormenor das Antas, do Parque da Cidade ou do Rivoli.
Não se lhe conhece uma ideia para a cidade, nem obras marcantes ou emblemáticas! Entretanto, a cidade do Porto definha, agoniza e reclama urgente intervenção! Perde população dia após dia… perde a oportunidade de reabilitar o seu Centro Histórico, Património Mundial da Humanidade… perde protagonismo… perde, enfim, uma década de história!
Cá, por Espinho, passado que está o primeiro ano do mandato autárquico 2009-2013, será bom que os decisores políticos locais olhem na direcção do futuro.
Recalcamentos em relação ao passado recente, censura permanente à obra anteriormente feita ou desdém pelos equipamentos que lhes foram colocados à disposição, habitualmente apelidados de “elefantes brancos”, são práticas ou atitudes que não levam a lado nenhum… e então quando, desmentindo categoricamente essas tretas, aparecem uns tais de “Ernestos”, apetece mesmo dizer: que jeito dão esses ditos elefantes!

2. Sim, carinho!

Menezes explicou como cativa os presidentes de Junta que não são da sua cor política. A plateia ouviu e gostou!
Claro que os actuais responsáveis autárquicos espinhenses sabem muito bem como isso se faz. O plano até já está em marcha. É notório!
Mas nada disto seria preocupante não fora o facto de, na política como em quase tudo, a memória ser um singular e inestimável bem, sem o qual não é possível adquirir, armazenar e recuperar informações.
Pois bem! Eu, que até sou um homem de memória, e com memórias, passo a (re)lembrar 2005.
Nesse ano, os presidentes das Juntas de Freguesia de Espinho e de Guetim eram, respectivamente, António Catarino e Alfredo Rocha. Estes dois autarcas acabariam por concorrer em listas independentes já que o PSD de Espinho não os recandidatou, porque não lhes perdoou o facto de terem sido durante anos “acarinhados” pelo presidente da Câmara, o socialista José Mota.
Hoje, em 2010, os nossos edis procuram fazer exactamente o mesmo: acarinhar os presidentes de Junta que são de cor política diferente.
Ou não há memória… ou não há coerência… ou não há uma coisa nem outra!
Afinal, José Mota até tinha razão… e foi pioneiro nesta matéria. Agora, só têm mesmo que lhe seguir o caminho!
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Opinião de Correia de Araújo
in "Defesa de Espinho" de 18/Novembro/2010

2 comentários:

Anónimo disse...

Depois do blogue "A Vareirinha" vem aí o blogue "A Vassourada".
Esperam-se novos desenvolvimentos.

Anónimo disse...

Não percebi o que é que o comentário anterior tem a ver com este texto que saíu na Defesa...
Deve ser para baralhar!